Segurança/Caseiro mata a mulher com tiro de espingarda
Publicado por Redação em 10/03/08
BAHIA - Freqüentadores dos cultos da Iurd, autor e vítima costumavam trocar ofensas e agressões físicas.
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(Fonte: Correio da Bahia) - O que poderia ser apenas um desentendimento entre marido e mulher terminou em tragédia, ontem pela manhã, no Sítio Sagrada Família, na estrada CIA-Aeroporto, residência do caseiro Denivaldo Dias da Silva, 38 anos, e da dona de casa Lucineide de Jesus da Silva, 33. Por razões ainda não esclarecidas, os dois iniciaram uma discussão que evoluiu para troca de agressões físicas e teve um desfecho trágico: descontrolado, ele acabou disparando um tiro de espingarda no pescoço dela, matando-a na hora.
Na Rua Alto do Girassol, onde o sítio está localizado, o clima ontem à tarde era de tristeza e incredulidade. Principalmente porque Lucineide e Denivaldo eram evangélicos, embora freqüentassem templos diferentes da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) – ele, no bairro de São Cristóvão; ela, na Fazenda Cassange, no CIA. Apesar da opção religiosa, o casal não seguia os preceitos preconizados pelo cristianismo, dentre os quais, o do amor incondicional. Nos últimos tempos, segundo familiares, as brigas entre eles eram cada vez mais freqüentes e violentas.
A briga que deu origem à tragédia começou no final da manhã de ontem. Denivaldo regava o jardim da residência – um aconchegante imóvel, cercado de plantas ornamentais e árvores – quando irrompeu a discussão. O bate-boca se estendeu até o interior da casa, onde começou a troca de ofensas morais. Segundo um dos filhos, Lucineide relembrou o envolvimento de Denivaldo com outras mulheres, anos atrás, ao que ele teria retrucado tratar-se de um assunto superado.
Troca de socos - Apreensivos, os filhos tentaram evitar que o casal se agredisse fisicamente. Mas foi em vão. Houve troca de socos e Lucineide levou a pior, ficando com vários hematomas no corpo. Em determinado momento, Denivaldo pegou a espingarda e ameaçou atirar na mulher. Desdenhando do marido, ela o desafiou: "Você não é homem pra atirar", teria dito, segundo testemunhas. "Meu pai ficou bastante nervoso, começou a tremer e a arma disparou, acertando minha mãe, sem ele querer", conta uma filha adolescente do casal.
Atingida mortalmente, a dona de casa caiu de bruços sobre a cama do casal. Demonstrando arrependimento, Denivaldo pediu perdão aos filhos e fugiu, levando a espingarda. Até ontem à noite, ele continuava desaparecido, de acordo com policiais da Delegacia de Homicídios, onde o caso será apurado em inquérito regular. Agentes da especializada estiveram no local e acreditam que o homicida tenha se escondido nas redondezas, em casa de parentes.
A delegada Dalva Cardoso, plantonista da DH, presidiu o levantamento cadavérico e depende apenas da localização da arma ou do depoimento do autor para esclarecer se o disparo foi ou não intencional.
O casal estava junto há 16 anos e morava no Sítio Sagrada Família há 12 anos. A propriedade pertence à Congregação das Irmãs da Sagrada Família, da Igreja Católica. Lucineide era considerada uma pessoa dedicada aos vizinhos, sempre pronta a ajudá-los em situação de necessidade.
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