Autor: ....
Fone: Gazeta Online
Abuso sexual, espancamentos, ameaça de envenenamento e prostituição.
A Casa Lar mantida pela Igreja Batista, de um bairro de Vila Velha, era usada por um pastor, pela mulher dele e por uma voluntária para orgias sexuais.
Foi o que constatou o Ministério Público Estadual que começou a investigar as denúncias no dia 25 de outubro desde ano.
No relatório encaminhado à 6ª Vara Criminal de Vila Velha, a promotora Maria Zumira Teixeira Bowen detalha depoimentos prestados pelas vítimas que têm idade entre dois e 16 anos.
Todas elas, sem pai ou mãe e em risco social.
Consta ainda que as adolescentes eram levadas para a prostituição.
Com o dinheiro, elas compravam telefones celulares.
Os acusados estão com prisão temporária decretada.
O pastor está em uma cadeia de Vila Velha e as mulheres foram levadas para o Presídio Estadual Feminino, em Tucum, Cariacica.
As primeiras denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes surgiram em 19 de fevereiro de 2002, quando quatro meninas fugiram da Casa Lar e procuraram policiais militares do Posto da Barra do Jucu, em Vila Velha, de onde foram encaminhadas para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescentes.
Um inquérito policial na delegacia e um procedimento administrativo, na Vara da Infância foram instaurados.
O pastor é acusado de manter um relacionamento com uma adolescente de 16 anos desde 2002.
Todos na Casa Lar tinham conhecimento que ele e a menina dormiam na mesma cama, tomavam banho juntos e assistiam filmes pornográficos.
Ele já havia mantido relacionamento com outra menina da casa.
Afastado da Casa Lar desde outubro, quando as investigações do Ministério Público começaram, o casal social - como são chamados os responsáveis pela residência - recorreu da decisão, mas não conseguiu voltar.
Depois, o pastor e a mulher, que apesar de casados viviam separadamente, sendo que ela mantinha um relacionamento homossexual com a voluntária, passaram a ameaçar as crianças caso denunciassem.
O presidente da Convenção Batista do Espírito Santo, pastor Joel Félix, garantiu que os suspeitos da orgia foram afastados da Casa Lar.
Pensando nos serviços sociais que a Igreja Batista presta, o pastor Félix pede que não sejam confundidas as pessoas com a instituição.
O Ministério Público apreendeu CPUs dos computadores da casa, onde há indícios de acesso a sites pronográficos.
A promotora Maria Zumira Bowen finaliza o relatório contando que as meninas sofriam castigos físicos chegando a ficar longas horas de pé com o rosto voltado para a parede. Há casos em que o castigo durava a noite toda.
Além disso, há relato de ameaça de envenenamento na comida caso denunciassem o que ocorria na casa.
O casal e a voluntária da Casa Lar negam veementemente as denúncias. O Ministério Público pode pedir a decretação da prisão preventiva dos suspeitos.