Autor: Igreja Presbiteriana Independente
Fonte: http://www.ipiliberdade.net/index.php?option=com_content&task=view&id=179&Itemid=88
A Igreja evangélica brasileira tem experimentado, nas últimas décadas, o maior crescimento numérico de sua história. Saltamos de aproximada-mente 10 milhões de evangélicos em 1985 para, estima-se, 38 milhões de evangélicos em 2005. Mas, ao mesmo tempo que houve este crescimento numérico, a Igreja evangélica brasileira nunca de-monstrou tamanha fragilidade e imaturidade nas Escrituras bíblicas como atualmente.
Dentre os motivos que levaram a esta imaturidade, pode-mos apontar um grande e forte fator que ocasionou esta situação: nunca foi tão fácil ser pastor e abrir uma Igreja. Pessoas com pouco tempo de conversão, ou ainda sem o mínimo preparo teológico e até mesmo bíblico, auto-intitulam-se pastores, alugam um salão para o início de suas pregações e logo passam a ter um grupo de segui-dores. Não existe nenhum órgão evangélico ou organização de reconhecimento público que possa emitir uma credencial de reconhecimento e de legitimidade a quem deseja exercer o ministério pastoral ou fundar uma nova Igreja. Com isso, cria-se a oportunidade de líderes conseguirem manipular a fé de pessoas que se encontram fragilizadas e sedentas, em nome de Deus.
No final do mês de outubro, mais uma Igreja (no Rio de Janeiro) e mais uma pastora surgiram no Brasil. A Igreja? “Ministério do Espírito Santo de Deus em Nome do Senhor Jesus Cristo”. A pastora? “Baby do Brasil”.
Sempre vestida de forma excêntrica, Baby do Brasil já foi mística, esotérica, telúrica e cósmica. Já viu discos voadores, anjos e demônios. Percorreu o caminho de Santiago de Compostela, fez viagens astrais e consultou paranormais. Em junho de 1999 teve uma experiência com Cristo bem à sua cara com visões, arrebatamentos, êxtases e transmigrações.
Baby não se converteu e afirma a todos: “Eu nunca fui invertida para precisar me converter. Sempre falei sobre Deus de várias maneiras. Eu costumo dizer que Deus só quer casca-grossa junto a Ele, e Ele me fez uma casca-grossa. No céu não vai ter molenga. Só casca-grossa. Eu vi Jesus e Ele é o maior casca-grossa que existe”.
Diante de tais afirmações noticiadas na maior revista de circulação do país, a “pastora” Baby do Brasil apresentou a sua “teologia” e, com isso, pude comprovar como anda a Igreja evangélica brasileira. Segundo o Aurélio, casca-grossa é uma “pessoa grosseira, mal-educada, rude e ordinária”. Seria Jesus assim? Seria Jesus um grosseiro? Teria Ele uma má-educação? Seria Ele ordinário ou rude? É claro que não. Jesus não é um casca-grossa.
Diante de tal “teologia” e da abertura de mais uma Igreja em nosso país, é preciso entender que estamos no tempo em que o apóstolo Paulo afirma que as pessoas “não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (II Timóteo 4:3s). Pessoas que “apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência” (I Timóteo 4:1s).
Diante de tal “teologia” e da abertura de mais uma Igreja em nosso país, é preciso estar bem preparado, como um verdadeiro obreiro que não tem de que se envergonhar e que maneja bem a palavra da verdade (II Timóteo 2:15). para não ser ludibriado por tal ensinamento e por falsos mestres.
Diante de tal “teologia” e da abertura de mais uma Igreja em nosso país, faz-se necessário entender que Igreja não é brincadeira, que de Deus não se zomba, e que corremos o risco de mandarmos mais pessoas para o inferno, por causa de deslizes e escândalos, do que resgatarmos vidas para o Senhor.
